COMBOIO DE CORDA
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REFRÃO:
Sol, Mi, Do, Re
Há quem me diga, isso é amor,
Mas eu rejeito, peço por favor,
Mas nesta vida não há escolha,
É como a chuva que cai e que molha.
PONTE:
Versos de Fernando Pessoa:
E assim, nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda,
Que se chama coração.
Chove, que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim
De pensada, mal vivida,
Triste de quem é assim.
Numa angústia sem remédio,
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do nunca quis ter.
Quem eu pudera ter sido
Que é dele? Entre ódios pequenos,
De mim, estou de mim partido.
Se ao menos chuvesse menos.